Alexandra Coelho apontou o primeiro golo oficial da história da Academia de Desportos de Condeixa diante do Núcleo SCP Castelo Branco, faturou em todos os quatro encontros oficiais realizados e diante do Domus Nostra fez uma “manita” ao marcar 5 dos 10 golos da nossa equipa.
A Academia estreou-se oficialmente com uma vitória na Taça de Portugal. O que recorda do jogo?
Foi uma estreia excelente, nada melhor do que começar com uma vitória.
Não foi o nosso jogo mais intenso, também devido à falta de algumas jogadoras,
mas foi bastante emotivo, com imensas oportunidades de golo. Alcançámos o nosso
primeiro objectivo que era passar à segunda eliminatória da Taça de Portugal.
Ao longo da partida mantivemos uma equipa unida e com garra. Obviamente tivemos
aspetos positivos e outros menos positivos, visto que estivemos tantos meses
sem um jogo oficial.
Foi uma sensação especial marcar
o primeiro golo oficial da Academia?
Sim, claramente foi muito especial marcar o primeiro golo oficial da
Academia, ajudar num dos objetivos da equipa, e assim ficar na história do
clube. No entanto, foi fruto de uma jogada coletiva que, para mim, é o mais
importante.
Alexandra Coelho em ação no jogo Academia-Núcleo SCP Castelo Branco
Entretanto eliminaram o
Serpinense e a Taça de Portugal parou... Qual o sentimento que fica?
Apesar de ter sido um capítulo do nosso percurso que ficou incompleto,
naturalmente que fica o sentimento de objetivo até então cumprido, visto que
conquistámos as duas vitórias nos dois únicos jogos que realizámos.
Depois de muito tempo de espera,
começou o Torneio de Apuramento para a Taça Nacional. Como sentiu a equipa
antes da prova?
Evidentemente que o nervosismo esteve presente no interior de cada uma de nós, pois ao fim de alguns meses tivemos finalmente o prazer de voltarmos a fazer aquilo que tanto gostamos, mas tentámos ao máximo unirmo-nos e não transparecer tal ansiedade para não afetar o nosso modelo de jogo.
Dois jogos e duas vitórias dão
um saldo bem positivo. Feliz?
Obviamente, não podia estar mais orgulhosa. Numa fase inicial,
tivemos alguma dificuldade em voltar ao ritmo de jogo depois de tanto tempo
paradas. Foram dois jogos muito cansativos a nível físico, mas rapidamente
fomos sujeitas a desenvolver um padrão de jogo com mais andamento, na qual
a força de vontade do grupo superou todas as dificuldades e assim conseguimos
sempre manter o foco no nosso objetivo.
Na última partida, marcou 5 dos
10 golos da equipa. Já tinha marcado alguma vez uma “manita” num jogo oficial.
Qual o sentimento que fica?
Já fiz uma “manita” no ano passado pelo Núcleo SCP Condeixa para o
campeonato contra o Serpinense. Conseguir ajudar a equipa a ganhar é sempre um
sentimento magnífico, não importa quantos golos marque, para mim o essencial é
a conquista coletiva.
Conta-nos um pouco do teu trajecto na modalidade.
Desde sempre tive esta paixão. Recordo perfeitamente de passar tardes
inteiras a jogar à bola no pátio de minha casa com o meu pai e até mesmo
sozinha. Comecei a jogar futsal na equipa da minha antiga escola, em Vilarinho
do Bairro (Anadia). Mais tarde, integrei-me na equipa mista do Luso. Foi uma
experiência nova que me permitiu crescer e ter uma visão e atitude de jogo
completamente diferente, mesmo sendo uma criança. No ano seguinte, fizeram uma
equipa feminina, na qual, com 16 anos tive a minha primeira experiência de
jogar no campeonato sénior de Aveiro. Apesar dos resultados não terem sido os
melhores, sinto que foi uma fase de aprendizagem e de grande evolução pessoal.
No meu segundo ano a jogar por este clube fui convocada para a seleção
distrital de Aveiro, o que me fez sentir incrivelmente lisonjeada e mais
confiante das minhas capacidades por ver o meu trabalho e dedicação
reconhecidos. E não podia ter corrido de melhor forma. Ficámos em primeiro
lugar, ganhámos os três jogos contra as seleções distritais de Coimbra,
Portalegre e Guarda.
Seguiu-se o distrito de
Coimbra...
Na época seguinte, rendi-me a Coimbra e obviamente a minha paixão não
ficou de parte. Juntei-me ao Santa Clara no que resultou numa época
inicialmente vitoriosa, mas que ao longo do tempo foi regredindo. Senti que
precisava de um desafio maior, e quase por magia, o meu “desejo” foi ouvido.
Recebi a proposta do professor Arlindo Matos, para me juntar ao Núcleo
Sportinguista de Condeixa. Foi uma mudança enorme para mim e uma época que
nunca vou esquecer. Sinto que evolui imenso, não só com tudo o que o Arlindo e
a Sara Fatia me ensinaram, mas também com a ajuda de toda a equipa. Tivemos uma
época exigente, na qual conseguimos o 2.º lugar no campeonato distrital e o 1.º
lugar no campeonato júnior. Atualmente, estou neste projeto novo da Academia de
Desportos de Condeixa onde mantive os meus objetivos pessoais e coletivos.
Desejo, e farei o que puder, para os alcançar. Que seja uma época repleta de
alegrias e conquistas.
Qual o sonho que tem no futsal?
O sonho já o estou a viver. Efetivamente, tenho objetivo de chegar o
mais longe possível, como ser chamada à seleção e jogar a nível nacional. Sei
que tenho qualidade para tal e até lá é continuar a trabalhar todos os dias
para ser cada vez melhor. Neste momento, o essencial para mim é divertir-me e
continuar a ser feliz a fazer aquilo que mais gosto, que é jogar futsal.
Como estão a correr os
estudos?
Presentemente, encontro-me no segundo ano de Design e Multimédia na Universidade de Coimbra. Escolhi este curso porque achava que me ia identificar imenso com ele, o que mais tarde veio a comprovar-se. Gosto mais e permite-me desenvolver, aprender e evoluir em diversas áreas, desde o design até à programação. Felizmente, está a correr bem, umas cadeiras mais exigentes e trabalhosas do que outras, mas tento sempre esforçar-me ao máximo para mais tarde vir a ser recompensada e sentir-me satisfeita com a minha dedicação.
Integra a equipa universitária
da Académica. Qual é a expectativa para os Campeonatos Nacionais
Universitários?
Já tinha integrado a equipa universitária na época passada, mas
infelizmente a competição foi cancelada devido à pandemia. Este ano o objectivo,
claramente, é vencer cada jogo e, a nível pessoal, evoluir cada vez mais como
jogadora.
Qual é a sua referência na
modalidade?
Nunca tive uma referência no futsal, mas admiro imenso o trabalho
esplêndido de grandes jogadores como o Robinho (Benfica), o Ferrão (Barcelona)
e o Merlin (Sporting).
BI
Nome: Alexandra Maia de
Almeida Coelho
Idade: 20 anos (22 de
Janeiro de 2001)
Naturalidade: Pedralva
(Anadia)
Posição: Ala
Clubes: Vilarinho Bairro,
Luso, Santa Clara, NS Condeixa e Academia Condeixa