Academia Futsal Condeixa

quinta-feira, 29 de abril de 2021

“Uma sede era algo que gostaríamos muito de receber como prenda”


 Qual o balanço que faz do primeiro ano de Academia?

Atendendo a todas as condicionantes que a pandemia nos trouxe, podemos fazer um balanço positivo. A cada retoma dos treinos, mostramos que a Academia está bem viva. Prova disso foi o regresso de todos os atletas com grande desejo de voltar a praticar o seu desporto de eleição, o futsal.

Que prenda gostava a Academia de receber?

Neste momento, um dos grandes objectivos da Academia passa por encontrar o seu espaço, aquela que será a nossa sede. Gostaríamos que isso acontecesse até ao início da próxima época. Por isso, se fosse algo que se pudesse pedir, uma sede era algo que gostaríamos muito de receber como prenda.

O projecto teve o apoio que esperava?

Num ano tão difícil como este, não poderia deixar de agradecer, em primeiro lugar, a toda a estrutura da Academia, bem como a todos os nossos parceiros e patrocinadores que, apesar de todas as dificuldades que se têm verificado, mantiveram a sua confiança no projecto. Um agradecimento especial também à Câmara Municipal de Condeixa e à União de Freguesias de Condeixa pelo apoio e preocupação na continuidade de um projecto de formação desportiva bem enraizado no concelho e que conta com mais de uma centena de jovens praticantes. Aos pais, agradecer o incentivo e motivação que sempre nos passaram, com grande espírito de força e coragem, que são fundamentais para o sucesso da Academia.

Apesar da data festiva, não há festa?

A festa não será a que todos desejamos. Não vamos deixar de assinalar esta data que é tão importante na vida desta Academia, mas não haverá, nem poderia haver, uma comemoração colectiva, uma vez que os tempos actuais ainda não o permitem. Teremos certamente oportunidade para reunir esta nossa família.

O que têm planeado?

Iremos assinalar o dia nas nossas redes sociais com algumas surpresas, sendo que a maior passa por apresentar a nossa mascote, o “Gingas”, dando seguimento ao nosso plano de comunicação e imagem e mantendo a Academia num eixo de comunicação aproximado aos clubes da Liga de futebol que apostaram forte na imagem através da sua mascote. O “Gingas” passou do papel à realidade e vai ajudar a divulgar da melhor forma a nossa imagem, os nossos parceiros e a vila de Condeixa. Se há clubes profissionais de futebol orgulhosos da sua mascote, também nós temos a nossa raposa, algo que no futsal muito poucos ainda apostaram, pelo que estamos felizes com esta aposta que podendo não ser inédita na modalidade, é muito rara.

Além do futsal, podem aparecer neste segundo ano novas secções desportivas?

A criação de novas secções desportivas poderá estar no horizonte da Academia, proporcionando assim mais algumas ofertas desportivas à população condeixense. E esta ideia não abarca só o desporto federado, mas também terá como base o desporto para todos, promovendo desta forma hábitos de vida saudável.




terça-feira, 13 de abril de 2021

“Cantar o hino juntamente com mais 2.000 pessoas é um sentimento indescritível”

Sara Fatia foi internacional (bisou no jogo de estreia), disputou um Campeonato do Mundo e um Mundial Universitário. Foi campeã nacional, ganhou todas as provas nos distritos de Coimbra e Aveiro. Colocou um “ponto final” numa carreira de amplo sucesso e agora começa o seu caminho como treinadora. Embaixadora da Academia desde 2014, pertence, há duas épocas, ao corpo técnico da equipa feminina. Sara Fatia é uma referência no seio do projecto Acreditar no Futsal e dinamiza, a par de Marlene Laundos, o projecto de sucesso “Duas de Letra”

Já tem saudades de jogar?

Curiosamente não. Só pontualmente, quando não consigo que as atletas façam o que estou a pedir ou não estou a transmitir bem a mensagem é que me apetece saltar para dentro da quadra e explicar na prática.

Qual a maior dificuldade que sentiu quando resolveu colocar um ponto final na carreira?

Para falar a verdade não senti dificuldade nenhuma. Foi uma decisão ponderada e estava bastante claro na minha cabeça que o queria fazer.

Quanto brincava com os amigos, sonhava trilhar a carreira que veio a fazer?

Não. Na realidade nunca pensei que pudesse ter a carreira que tive. Temos sempre aqueles sonhos de miúdos em que queremos ser como alguns dos nossos ídolos. Mas sempre tive uma perceção de que era um hobbie que eu levava muito a sério.

Campeã nacional pelo Novasemente em 2014/2015

Gostava de ter sido profissional de futsal?

Claro que sim. Sendo uma apaixonada pela modalidade claro que gostaria de ter tido a oportunidade de respirar futsal 24 horas por dia. Se isso teria tido influência na minha carreira? Talvez apenas a nível de performance individual porque o empenho, a dedicação, o compromisso e a mentalidade competitiva que sempre tive não se iriam alterar.

Como se sentiu ao jogar ao lado (e contra) as melhores do país e do mundo?

Pequenina e ao mesmo tempo afortunada. Numa hora estás a ver vídeos no Youtube de algumas atletas e na outra estás a jogar ao lado e contra elas. No início, estranhamos um pouco que aquele momento seja realidade, temos aquele friozinho na barriga de nervosismo, mas quando a bola começa a rolar tudo desaparece e só queremos dar o nosso melhor.

Campeonato do Mundo (Oliveira de Azeméis 2012)

Estreia-se na selecção na Rússia e com dois golos. Recorda este dia muitas vezes?

Foi surreal. Nem nos meus maiores sonhos poderia imaginar uma estreia assim. Lembro-me perfeitamente de todos os pormenores desse dia, tenho inclusivamente o resumo desse jogo guardado religiosamente. Além de ser a minha estreia com a camisola da seleção, os astros alinharam-se para que na primeira vez que toco na bola, marcasse golo, fazendo com que nem eu própria quisesse acreditar no que estava a acontecer.

Qual a melhor recordação que tem do Mundial em Oliveira de Azeméis e do Mundial Universitário em Braga?

Tendo ambos sido realizados em Portugal, o que melhor recordo é o público. Pavilhões completamente a abarrotar e com uma atmosfera eletrizante. Cantar o hino juntamente com mais 2.000 pessoas é um sentimento indescritível.

De que forma considera importante a vertente universitária na evolução das atletas?

É a minha opinião muito pessoal de que todas as atletas deveriam passar por uma experiência universitária. Ajuda-nos a relativizar um pouco as coisas, o desporto, a modalidade e a vida no geral, defendemos uma instituição em competições normalmente curtas mas que são marcantes na nossa identidade enquanto atletas e cidadãos. É mais um momento competitivo que nos ajuda a crescer e a evoluir. Criamos um sentimento de pertença em conjunto com os nossos pares e que fica para todo o sempre impresso no nosso ADN.

Foi campeã nacional, venceu tudo a nível distrital em Coimbra e Aveiro. Ficou algo por conquistar?

Inevitavelmente que terei que referir a final da Taça de Portugal que perdi no último segundo em Sines em 2015. A Taça de Portugal é uma prova especial, carinhosamente de tratada como a prova rainha e sendo uma prova composta por eliminatórias é muito difícil chegar à final. Tendo lá chegado e tendo perdido daquela forma foi duro, mas foi também uma aprendizagem enorme.

 Teve alguma jogadora como referência enquanto atleta?

Gostava muito da Sofia Vieira e da brasileira Ju Delgado.

 Melhor jogo e melhor golo que marcou?

Melhor jogo não sei se foi, mas é com toda a certeza o jogo que me ficou na memória até hoje. Vilaverdense-Golpilheira para a Taça Nacional em 2011/2012, curiosamente no meu dia de aniversário. Marquei quatro golos nesse jogo dos quais três foram de livre de 10 metros. Golos não tenho nenhum que mereça destaque, são todos fantásticos desde que a equipa ganhe. Se a equipa não ganhar só alimentam o ego, não mais do que isso e passam a ser irrelevantes.

É, desde 2014, Embaixadora da Academia de Condeixa. Deixou-a orgulha o reconhecimento de um clube de fora do seu concelho de residência?

O primeiro impacto foi de surpresa, porque era algo com o qual não contava. Depois veio o orgulho e a responsabilidade de ser a cara de uma instituição pela qual nutria tanto carinho, composta por pessoas fantásticas e que sempre me acompanharam e esse é o maior prémio que podemos levar da carreira.

Encontro Ibérico (Mira, 2016)

Por curiosidade, foi capitã e homenageada no primeiro jogo realizado pela Academia, num Encontro Ibérico em Mira e actualmente integra os quadros técnicos. Uma relação feliz?

Muito feliz. Uma relação duradoura e que me preenche. Acompanho a Academia desde a sua génese e é com muito orgulho e dedicação que recebi o convite para fazer parte dos quadros técnicos. Ainda há muito para crescer e para evoluir. Crescemos juntos.

Até onde sonha chegar como treinadora?

Sonho chegar ao topo dos topos do futsal feminino. Gostava de fazer do futsal a minha vida profissional, mas tenho plena noção de que é um sonho difícil. Mas não impossível. Tenho os pés bem assentes na terra, sei que é apenas o meu segundo ano como treinadora e tenho muito ainda para aprender e evoluir.

Num ano atípico, em 2019/20, o NSC/Academia foi bicampeão de juniores femininos, vice-campeão da Divisão de Honra e finalista da Taça AFC. Balanço positivo?

Claramente positivo. Renovámos o título de campeãs distritais nas juniores e estivemos em todos os momentos de decisão nas seniores. Mesmo não tendo ganho foi extremamente importante para o crescimento das atletas e do clube.

Academia 2020/2021

Como tem sido gerir o grupo esta época na qual a equipa tem duas vitórias na Taça de Portugal e tem estreia prevista para Maio?

Tem sido uma tarefa extremamente complicada. Não é fácil preparar uma época carregada de expetativas dados os resultados obtidos na época transata e depois ver constantemente o período competitivo adiado. Tentar manter o grupo unido e motivado para o que possivelmente virá tem sido um desafio hercúleo tanto para as atletas como para a equipa técnica.

Qual é a importância do Acreditar no Futsal para a si, em particular, e para a modalidade, em geral?

O Acreditar no Futsal tem um lugar muito especial no coração. É para mim um privilégio fazer parte desta família e há tantos anos e é com todo o gosto que colaboro e participo numa causa tão nobre, seja dentro ou fora da quadra. O Acreditar no Futsal já faz parte do calendário desportivo regional e nacional. É um dia especial em que independentemente do clube a que pertençam todos somos da mesma equipa e todos tentamos dar o nosso contributo em prol da causa da Acreditar.

 Sara Fatia homenageada na edição 2019 do Acreditar no Futsal

“Duas de Letra” é um projecto recente e com sucesso. Como surgiu a ideia e como tem sido o feedback dos amantes do futsal?

A ideia na realidade partiu da Marlene Laundos que me desafiou para ser “co-podcaster”. A ideia do projeto é ser um espaço de partilha descontraída entre amantes da modalidade. Contar histórias e falar sobre as nossas experiências pessoais de forma informal e divertida. O feedback tem sido positivo, o público tem aderido e tem gostado dos episódios.

 

BI

Nome: Sara Fatia

Data de Nascimento: 1 de Maio de 1987

Local: Figueira da Foz

Clubes: S. Tomé, Vilaverdense, Novasemente, Restauradores Avintenses, Louriçal e Ourentã

Palmarés

Internacionalizações: 8

Golos pela Selecção: 3

 

Futsal Federado

S. Tomé: Campeã Distrital Coimbra (2001/02), Taça Encerramento (2000/01, 2003/04 e 2005/06) e Taça AFC (2004/05 e 2008/09).

Vilaverdense: Campeã Distrital Coimbra (2010/11 e 2011/12) e Taça AFC (2010/11) e Supertaça Distrital (2010/11).

Novasemente: Campeã Distrital Aveiro (2012/13), Taça AF Aveiro (2012/13), Supertaça Distrital (2012/13), subida ao Campeonato Nacional Feminino (2012/13), finalista da Taça de Portugal (2014/15) e Campeã Nacional Feminina (2014/15)

Ourentã: Vice-campeã distrital (2017/18), Taça AFC (2017/18), Final 4 da Taça Nacional e subida ao Campeonato Nacional Feminino (2017/18).

Selecção Nacional: Medalha de Prata no III Mundial de Futsal Feminino (Oliveira Azeméis 2012) e 1º lugar do Torneio Internacional de Moscovo (Maio, 2012)

Futsal Universitário

Académica

Vice-campeã nacional universitária (2011 e 2013) e Campeã nacional universitária (2012 e 2014).

Medalha de prata no Europeu 2012 (Córdoba - Espanha) e Medalha de bronze nos Europeus de 2011 (Tampere - Finlândia) e 2014 (Roterdão - Holanda).

Melhor jogadora, melhor marcadora e 5 ideal do Europeu 2012 (Córdoba).

Melhor Atleta Feminina na Gala da FADU 2012.

Selecção Nacional: Medalha bronze no Mundial Universitário Braga 2012.

 Outros

- Disputou o I Campeonato Nacional de Futsal Feminino 2013/14 (Novasemente)

- Embaixadora da Academia de Futsal de Condeixa (4 de Julho de 2014)