Academia Futsal Condeixa

quinta-feira, 29 de abril de 2021

“Uma sede era algo que gostaríamos muito de receber como prenda”


 Qual o balanço que faz do primeiro ano de Academia?

Atendendo a todas as condicionantes que a pandemia nos trouxe, podemos fazer um balanço positivo. A cada retoma dos treinos, mostramos que a Academia está bem viva. Prova disso foi o regresso de todos os atletas com grande desejo de voltar a praticar o seu desporto de eleição, o futsal.

Que prenda gostava a Academia de receber?

Neste momento, um dos grandes objectivos da Academia passa por encontrar o seu espaço, aquela que será a nossa sede. Gostaríamos que isso acontecesse até ao início da próxima época. Por isso, se fosse algo que se pudesse pedir, uma sede era algo que gostaríamos muito de receber como prenda.

O projecto teve o apoio que esperava?

Num ano tão difícil como este, não poderia deixar de agradecer, em primeiro lugar, a toda a estrutura da Academia, bem como a todos os nossos parceiros e patrocinadores que, apesar de todas as dificuldades que se têm verificado, mantiveram a sua confiança no projecto. Um agradecimento especial também à Câmara Municipal de Condeixa e à União de Freguesias de Condeixa pelo apoio e preocupação na continuidade de um projecto de formação desportiva bem enraizado no concelho e que conta com mais de uma centena de jovens praticantes. Aos pais, agradecer o incentivo e motivação que sempre nos passaram, com grande espírito de força e coragem, que são fundamentais para o sucesso da Academia.

Apesar da data festiva, não há festa?

A festa não será a que todos desejamos. Não vamos deixar de assinalar esta data que é tão importante na vida desta Academia, mas não haverá, nem poderia haver, uma comemoração colectiva, uma vez que os tempos actuais ainda não o permitem. Teremos certamente oportunidade para reunir esta nossa família.

O que têm planeado?

Iremos assinalar o dia nas nossas redes sociais com algumas surpresas, sendo que a maior passa por apresentar a nossa mascote, o “Gingas”, dando seguimento ao nosso plano de comunicação e imagem e mantendo a Academia num eixo de comunicação aproximado aos clubes da Liga de futebol que apostaram forte na imagem através da sua mascote. O “Gingas” passou do papel à realidade e vai ajudar a divulgar da melhor forma a nossa imagem, os nossos parceiros e a vila de Condeixa. Se há clubes profissionais de futebol orgulhosos da sua mascote, também nós temos a nossa raposa, algo que no futsal muito poucos ainda apostaram, pelo que estamos felizes com esta aposta que podendo não ser inédita na modalidade, é muito rara.

Além do futsal, podem aparecer neste segundo ano novas secções desportivas?

A criação de novas secções desportivas poderá estar no horizonte da Academia, proporcionando assim mais algumas ofertas desportivas à população condeixense. E esta ideia não abarca só o desporto federado, mas também terá como base o desporto para todos, promovendo desta forma hábitos de vida saudável.




terça-feira, 13 de abril de 2021

“Cantar o hino juntamente com mais 2.000 pessoas é um sentimento indescritível”

Sara Fatia foi internacional (bisou no jogo de estreia), disputou um Campeonato do Mundo e um Mundial Universitário. Foi campeã nacional, ganhou todas as provas nos distritos de Coimbra e Aveiro. Colocou um “ponto final” numa carreira de amplo sucesso e agora começa o seu caminho como treinadora. Embaixadora da Academia desde 2014, pertence, há duas épocas, ao corpo técnico da equipa feminina. Sara Fatia é uma referência no seio do projecto Acreditar no Futsal e dinamiza, a par de Marlene Laundos, o projecto de sucesso “Duas de Letra”

Já tem saudades de jogar?

Curiosamente não. Só pontualmente, quando não consigo que as atletas façam o que estou a pedir ou não estou a transmitir bem a mensagem é que me apetece saltar para dentro da quadra e explicar na prática.

Qual a maior dificuldade que sentiu quando resolveu colocar um ponto final na carreira?

Para falar a verdade não senti dificuldade nenhuma. Foi uma decisão ponderada e estava bastante claro na minha cabeça que o queria fazer.

Quanto brincava com os amigos, sonhava trilhar a carreira que veio a fazer?

Não. Na realidade nunca pensei que pudesse ter a carreira que tive. Temos sempre aqueles sonhos de miúdos em que queremos ser como alguns dos nossos ídolos. Mas sempre tive uma perceção de que era um hobbie que eu levava muito a sério.

Campeã nacional pelo Novasemente em 2014/2015

Gostava de ter sido profissional de futsal?

Claro que sim. Sendo uma apaixonada pela modalidade claro que gostaria de ter tido a oportunidade de respirar futsal 24 horas por dia. Se isso teria tido influência na minha carreira? Talvez apenas a nível de performance individual porque o empenho, a dedicação, o compromisso e a mentalidade competitiva que sempre tive não se iriam alterar.

Como se sentiu ao jogar ao lado (e contra) as melhores do país e do mundo?

Pequenina e ao mesmo tempo afortunada. Numa hora estás a ver vídeos no Youtube de algumas atletas e na outra estás a jogar ao lado e contra elas. No início, estranhamos um pouco que aquele momento seja realidade, temos aquele friozinho na barriga de nervosismo, mas quando a bola começa a rolar tudo desaparece e só queremos dar o nosso melhor.

Campeonato do Mundo (Oliveira de Azeméis 2012)

Estreia-se na selecção na Rússia e com dois golos. Recorda este dia muitas vezes?

Foi surreal. Nem nos meus maiores sonhos poderia imaginar uma estreia assim. Lembro-me perfeitamente de todos os pormenores desse dia, tenho inclusivamente o resumo desse jogo guardado religiosamente. Além de ser a minha estreia com a camisola da seleção, os astros alinharam-se para que na primeira vez que toco na bola, marcasse golo, fazendo com que nem eu própria quisesse acreditar no que estava a acontecer.

Qual a melhor recordação que tem do Mundial em Oliveira de Azeméis e do Mundial Universitário em Braga?

Tendo ambos sido realizados em Portugal, o que melhor recordo é o público. Pavilhões completamente a abarrotar e com uma atmosfera eletrizante. Cantar o hino juntamente com mais 2.000 pessoas é um sentimento indescritível.

De que forma considera importante a vertente universitária na evolução das atletas?

É a minha opinião muito pessoal de que todas as atletas deveriam passar por uma experiência universitária. Ajuda-nos a relativizar um pouco as coisas, o desporto, a modalidade e a vida no geral, defendemos uma instituição em competições normalmente curtas mas que são marcantes na nossa identidade enquanto atletas e cidadãos. É mais um momento competitivo que nos ajuda a crescer e a evoluir. Criamos um sentimento de pertença em conjunto com os nossos pares e que fica para todo o sempre impresso no nosso ADN.

Foi campeã nacional, venceu tudo a nível distrital em Coimbra e Aveiro. Ficou algo por conquistar?

Inevitavelmente que terei que referir a final da Taça de Portugal que perdi no último segundo em Sines em 2015. A Taça de Portugal é uma prova especial, carinhosamente de tratada como a prova rainha e sendo uma prova composta por eliminatórias é muito difícil chegar à final. Tendo lá chegado e tendo perdido daquela forma foi duro, mas foi também uma aprendizagem enorme.

 Teve alguma jogadora como referência enquanto atleta?

Gostava muito da Sofia Vieira e da brasileira Ju Delgado.

 Melhor jogo e melhor golo que marcou?

Melhor jogo não sei se foi, mas é com toda a certeza o jogo que me ficou na memória até hoje. Vilaverdense-Golpilheira para a Taça Nacional em 2011/2012, curiosamente no meu dia de aniversário. Marquei quatro golos nesse jogo dos quais três foram de livre de 10 metros. Golos não tenho nenhum que mereça destaque, são todos fantásticos desde que a equipa ganhe. Se a equipa não ganhar só alimentam o ego, não mais do que isso e passam a ser irrelevantes.

É, desde 2014, Embaixadora da Academia de Condeixa. Deixou-a orgulha o reconhecimento de um clube de fora do seu concelho de residência?

O primeiro impacto foi de surpresa, porque era algo com o qual não contava. Depois veio o orgulho e a responsabilidade de ser a cara de uma instituição pela qual nutria tanto carinho, composta por pessoas fantásticas e que sempre me acompanharam e esse é o maior prémio que podemos levar da carreira.

Encontro Ibérico (Mira, 2016)

Por curiosidade, foi capitã e homenageada no primeiro jogo realizado pela Academia, num Encontro Ibérico em Mira e actualmente integra os quadros técnicos. Uma relação feliz?

Muito feliz. Uma relação duradoura e que me preenche. Acompanho a Academia desde a sua génese e é com muito orgulho e dedicação que recebi o convite para fazer parte dos quadros técnicos. Ainda há muito para crescer e para evoluir. Crescemos juntos.

Até onde sonha chegar como treinadora?

Sonho chegar ao topo dos topos do futsal feminino. Gostava de fazer do futsal a minha vida profissional, mas tenho plena noção de que é um sonho difícil. Mas não impossível. Tenho os pés bem assentes na terra, sei que é apenas o meu segundo ano como treinadora e tenho muito ainda para aprender e evoluir.

Num ano atípico, em 2019/20, o NSC/Academia foi bicampeão de juniores femininos, vice-campeão da Divisão de Honra e finalista da Taça AFC. Balanço positivo?

Claramente positivo. Renovámos o título de campeãs distritais nas juniores e estivemos em todos os momentos de decisão nas seniores. Mesmo não tendo ganho foi extremamente importante para o crescimento das atletas e do clube.

Academia 2020/2021

Como tem sido gerir o grupo esta época na qual a equipa tem duas vitórias na Taça de Portugal e tem estreia prevista para Maio?

Tem sido uma tarefa extremamente complicada. Não é fácil preparar uma época carregada de expetativas dados os resultados obtidos na época transata e depois ver constantemente o período competitivo adiado. Tentar manter o grupo unido e motivado para o que possivelmente virá tem sido um desafio hercúleo tanto para as atletas como para a equipa técnica.

Qual é a importância do Acreditar no Futsal para a si, em particular, e para a modalidade, em geral?

O Acreditar no Futsal tem um lugar muito especial no coração. É para mim um privilégio fazer parte desta família e há tantos anos e é com todo o gosto que colaboro e participo numa causa tão nobre, seja dentro ou fora da quadra. O Acreditar no Futsal já faz parte do calendário desportivo regional e nacional. É um dia especial em que independentemente do clube a que pertençam todos somos da mesma equipa e todos tentamos dar o nosso contributo em prol da causa da Acreditar.

 Sara Fatia homenageada na edição 2019 do Acreditar no Futsal

“Duas de Letra” é um projecto recente e com sucesso. Como surgiu a ideia e como tem sido o feedback dos amantes do futsal?

A ideia na realidade partiu da Marlene Laundos que me desafiou para ser “co-podcaster”. A ideia do projeto é ser um espaço de partilha descontraída entre amantes da modalidade. Contar histórias e falar sobre as nossas experiências pessoais de forma informal e divertida. O feedback tem sido positivo, o público tem aderido e tem gostado dos episódios.

 

BI

Nome: Sara Fatia

Data de Nascimento: 1 de Maio de 1987

Local: Figueira da Foz

Clubes: S. Tomé, Vilaverdense, Novasemente, Restauradores Avintenses, Louriçal e Ourentã

Palmarés

Internacionalizações: 8

Golos pela Selecção: 3

 

Futsal Federado

S. Tomé: Campeã Distrital Coimbra (2001/02), Taça Encerramento (2000/01, 2003/04 e 2005/06) e Taça AFC (2004/05 e 2008/09).

Vilaverdense: Campeã Distrital Coimbra (2010/11 e 2011/12) e Taça AFC (2010/11) e Supertaça Distrital (2010/11).

Novasemente: Campeã Distrital Aveiro (2012/13), Taça AF Aveiro (2012/13), Supertaça Distrital (2012/13), subida ao Campeonato Nacional Feminino (2012/13), finalista da Taça de Portugal (2014/15) e Campeã Nacional Feminina (2014/15)

Ourentã: Vice-campeã distrital (2017/18), Taça AFC (2017/18), Final 4 da Taça Nacional e subida ao Campeonato Nacional Feminino (2017/18).

Selecção Nacional: Medalha de Prata no III Mundial de Futsal Feminino (Oliveira Azeméis 2012) e 1º lugar do Torneio Internacional de Moscovo (Maio, 2012)

Futsal Universitário

Académica

Vice-campeã nacional universitária (2011 e 2013) e Campeã nacional universitária (2012 e 2014).

Medalha de prata no Europeu 2012 (Córdoba - Espanha) e Medalha de bronze nos Europeus de 2011 (Tampere - Finlândia) e 2014 (Roterdão - Holanda).

Melhor jogadora, melhor marcadora e 5 ideal do Europeu 2012 (Córdoba).

Melhor Atleta Feminina na Gala da FADU 2012.

Selecção Nacional: Medalha bronze no Mundial Universitário Braga 2012.

 Outros

- Disputou o I Campeonato Nacional de Futsal Feminino 2013/14 (Novasemente)

- Embaixadora da Academia de Futsal de Condeixa (4 de Julho de 2014)

terça-feira, 9 de março de 2021

"A Academia é, sem dúvida, um dos projetos mais aliciantes e gratificantes em que estive envolvido"


Como começou a sua ligação ao desporto?

A minha ligação ao desporto começou em primeiro lugar pelo gosto do desporto em geral. Mais diretamente às modalidades a que estou ligado, foi a prática desportiva no futebol. Iniciei nos minis do Leça Futebol Clube e desde aí fui passando pelos vários escalões. Tive uma interrupção de um ano nos juvenis, retomando no ano seguinte, mas já no Futebol Clube de Perafita com 3 anos na formação e mais 3 anos como sénior. Antes de vir estudar para Coimbra, ainda tive uma passagem fantástica de dois anos pelo futsal. O outro fator determinante para dar continuidade e consolidar a minha ligação ao desporto, foi o facto de me Licenciar em Educação Física que contribuiu de uma forma determinante, para ficar ligado ao desporto e ao treino desportivo.

Pedro Fafiães foi campeão nacional pela Eiquipetrol 

Foi campeão nacional por duas vezes. Recorde-nos esses títulos...

Fui campeão nacional da 2ª Divisão por duas vezes e finalista da Taça de Portugal. O primeiro título foi na época 1992/93 pela Eiquipetrol, uma equipa formada por muitos jogadores oriundos do futebol do Leixões, mas na qual tivemos o privilégio de ter como treinador o Fernando Teixeira que já estava ligado à modalidade há vários anos. Num campeonato muito disputado conseguimos no último jogo da fase final vencer ao Boavista e sagrarmo-nos campeões. Nesse mesmo ano, fomos também disputar a Final da Taça de Portugal no Pavilhão Municipal de Chaves, contra o Coimbrões que na altura, era campeão nacional da 1ª divisão. Infelizmente, perdemos 2-1. A segunda vez que fui campeão foi na Associação Académica de Coimbra na época 1996/97, num campeonato superdisputado na Fase Norte com os Atómicos, que permitiu a subida novamente da AAC à 1ª Divisão. No apuramento do Campeão Nacional vencemos o Sporting Clube da Penha. Um ano formado por um excelente grupo, com companheiros de muita qualidade e que muitos continuam ligados ao Futsal ou ao Futebol com enorme sucesso desportivo.

Académica 1996/1997 conquistou o título Nacional da 2ª Divisão

Tem um percurso delineado entre futebol e futsal. São duas paixões?

Sim sem dúvida. São duas modalidades a que estive ligado, e que me permitiram ter conseguido atingir títulos em ambas. Acrescentar às já referidas no futsal, realço a participação no campeonato da 1ª Divisão pelo Real da Conchada. No futebol, disputei duas fases finais da subida aos nacionais nos juniores do FC Perafita, e posteriormente, quando já estava Coimbra, representava o GD Mealhada quando subimos à 3ª Divisão nacional e vencemos a Taça da AF Aveiro, única no clube. Ainda vivi todas estas excelentes experiências que permitiram que aprendesse e evoluísse no conhecimento do jogo de ambas as modalidades e na experiência competitiva. No aspeto social, por todos os clubes que passei, tive o privilégio de partilhar excelentes momentos com grandes amigos.

Traquinas da Academia em Dezembro de 2011

O que representa a Academia para si sendo um dos fundadores do projecto?

Escrever o que a Academia representa não é fácil. O que eu posso para já afirmar é que a Academia é, sem dúvida, um dos projetos mais aliciantes e gratificantes em que estive envolvido. Em primeiro, por ser formado por um grupo de amigos com ideias em comum sobre a formação desportiva e pela cumplicidade no trabalho, que permitiu desenvolvermos este projeto ao longo destes 10 anos. As ideias, os objetivos e os princípios orientadores fundamentais que foram definidos e que defendemos na formação, desde o início do projeto, nunca foram alterado na sua essência. Procurando sempre uma avaliação constante, correção e implementação de metodologias e estratégias nas atividades a desenvolver. Em segundo, verificar a evolução no número de atletas ao longo destes anos e principalmente a sua fidelização. Temos atletas que nos têm acompanhado desde o início fundação da Academia. É sinal do reconhecimento do trabalho desenvolvido por todos os intervenientes neste processo. E claro que não poderia deixar de salientar e agradecer, o papel fundamental dos encarregados de educação na colaboração e na confiança que depositaram neste projeto.

Academia no Campus Internacional em Santiago de Compostela (2017)

Já treinou vários escalões, o que mais o agrada entre a diferença do que é liderar traquinas e benjamins ou os juniores?

O que mais me agrada em treinar estes dois escalões tão distintos é o grau de exigência pedagógica que temos de ter em nos adaptarmos aos objetivos de cada escalão. Nos escalões de traquinas e benjamins cativa-me aquilo que é a pureza do desporto, nos quais o processo pedagógico das aprendizagens é fundamental. Ver os atletas a melhorarem as suas aprendizagens, divertirem-se dentro da responsabilidade que lhe é pedida e sentirem-se motivados para a prática da modalidade é o mais gratificante nestes escalões. E sendo um trabalho realizado com cuidado e ponderado, permitirá que os atletas pratiquem esta modalidade durante anos. Nos juniores, e como é natural, temos que reajustar para aquilo que é o nível competitivo. Estando a aprendizagem também presente, o resultado desportivo assume um papel preponderante, o que nos obriga a perceber e a evoluir o nosso conhecimento em relação à complexidade do jogo. E claro,  no domínio social tudo se torna diferente na sua gestão, mas é sempre gratificante.

Nestas duas épocas está com a equipa de júnior. Neste escalão em específico, como sentiu o grupo quando a época foi cancelada em Março de 2020?

O grupo que tinha terminado a primeira fase da época 2019/20, estava em crescimento e com a expectativa de realizar a taça de encerramento com qualidade. A interrupção da época devido ao plano de contingência, deixou a sensação de que algo ficou por concluir. Mas felizmente os atletas compreenderam essa contingência e resultado disso, foi a presença de todos no início desta época desportiva.

Pedro Fafiães lidera os juniores da Academia desde 2018/2019

Apesar de uma curta retoma condicionada no início da época, os treinos voltaram a parar e não se conhece que venha a haver competição. Quais os efeitos que esta situação pode ter nos mais jovens?

Não é um processo fácil de gerir para os jovens, pela falta da competição e principalmente neste momento, pela indefinição de quando retomará. A expectativa que esta situação nos coloca, é que se torna no ponto muito sensível e a ter em atenção num futuro imediato. No entanto, pensando de uma forma positiva, julgo que sendo uma situação transversal a outras atividades e a necessidade permanente dos jovens terem atividades extracurriculares nos escalões mais baixos e nos mais velhos a sensação de algo ficou por concluir em termos desportivos, leva a que se vá normalizando aos poucos o regresso dos atletas aos treinos. Poderá verificar-se alguma oscilação, talvez nos escalões de juniores devido aos interesses paralelos, académicos e sociais que surgem nesta faixa etária. Em relação à Academia, e pelo contato permanente que realizamos com os atletas, pensamos que essa situação não se coloca. No entanto, temos a consciência que tudo vai normalizar de uma forma gradual e sempre relacionado com a evolução da situação pandémica, que é essencial para transmitir maior confiança aos pais e atletas, para estes retomarem.

Como professor, sente que a questão psicológica dos alunos foi afetada?

Sim não tenho dúvida. A sociabilização que a escola e os treinos proporcionam são fundamentais para o equilíbrio psicológico. Toda as dinâmicas sociais de relações presenciais nestas idades são muito importantes para o crescimento global dos alunos.  Com a experiência que tenho vivenciado e pelo que eles me têm referido, a expectativa de regressarem à escola e à atividade física é algo que sentem muita falta para se voltarem a relacionar com os seus pares/amigos.

Quais as metas definidas pela Academia para o escalão júnior?

A meta definida para o escalão nesta época é a passagem à Taça Nacional. Mas devido a esta situação que estamos a viver, julgo que tudo se alterou. Em paralelo com este objetivo, é proporcionar a estes atletas a motivação para continuarem a desenvolver os seu trabalho e prepará-los para a transição do escalão de juniores para o de seniores, que para a próxima época é um dos objetivos da Academia. Não podia deixar de realçar o empenho e a dedicação que este grupo demonstrou durante os treinos realizados, mesmo sem competição. É com muito orgulho que faço parte desta equipa de jovens e por essa razão fico com a sensação de que algo ficou por realizar. Fica o meu desejo de que tudo normalize o mais rapidamente possível, para voltarmos a realizar o que mais gostamos de fazer.

BI

Nome: José Pedro Pereira Fafiães

Idade: 53 anos

Data de Nascimento: 04/02/1968

Localidade: Matosinhos


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Nunca tive grandes dificuldades em conciliar estudos e futsal pois sempre tive a noção que as duas coisas são importantes




O que representa para ti a Academia?

A Academia, na minha opinião, não é apenas um clube que partilha da mesma paixão que eu, é um projeto que tem por base a formação de atletas, não só enquanto jogadores de futsal mas também enquanto cidadãos devido aos ensinamentos e valores transmitidos. Desde início e até aos dias de hoje, onde passaram muitos e bons anos, senti que houve um crescimento e evolução da minha parte, tal como do projeto Academia no geral, e por isso, sou muito grato a esta instituição, não há como negar. Aqui vivi grandes momentos, pude aprender um pouco de tudo e, além disso, o ter chegado a patamares onde sinceramente nunca pensei chegar, é em parte, responsabilidade do clube e de todos os envolvidos, o que me faz considerar a Academia uma segunda família.

Qual a melhor recordação que tens do teu início na Academia?

Na altura, sendo a primeira vez que me estava a integrar numa equipa e num desporto, pelo facto de até então nunca ter praticado nenhuma outra modalidade ou mesmo futebol, podia sentir alguma insegurança perante um novo desafio, ou seja, a maneira como me iria adaptar seria um fator determinante. Como disse anteriormente, fui bem recebido e acarinhado por todos, equipa, treinadores e todos os responsáveis pela Academia, e isso, considero que é a melhor recordação desse meu começo pois foi preponderante nessa adaptação que funcionou como base para a minha evolução.

Quais os momentos que ficam na memória, quer pela positiva quer pela negativa?

Durante este trajeto recordo vários momentos, uns negativos porque a meu ver devem ser encarados como exercícios de aprendizagem para que no futuro possamos melhorar, e claro, momentos positivos pela felicidade que nos causam ao relembrá-los. Daqueles mais difíceis, que no entanto são poucos, destaco pela importância que teve, um jogo, na final da supertaça da época 2017/18, em que a poucos segundos do final me foi encarregue a marcação de um livre de 10 metros que poderia dar o empate. Infelizmente não concretizei essa oportunidade em golo e acabámos por perder, mas como referi, é uma lição que levo para a vida. Nessa mesma época, e referindo-me agora aos pontos positivos, não podia deixar de realçar a conquista do tão desejado campeonato que foi sinónimo de uma enorme crença, ambição e trabalho de toda a equipa durante essa época e que resultou, para além dessa conquista, numa participação na Taça Nacional, momento marcante para qualquer jogador e que ajudou também a elevar o nome da Academia. Para finalizar, e porque acho que foi memorável não só a nível pessoal mas também para todo o clube, saliento as viagens a Espanha que, sem dúvida, foram experiências únicas e também importantes, sobretudo porque foram momentos que promoviam a união da família Academia.

Ser um dos capitães da Academia é responsabilidade acrescida?

Certamente que sim. Ser capitão vai muito para além de usar uma braçadeira ou ter o privilégio de levantar uma taça. Ser capitão faz de nós o exemplo a seguir, alguém que tem de ser capaz de liderar o balneário e manter a união entre todos, sobretudo nos momentos menos bons. Como é óbvio não é uma tarefa fácil, implica saber lidar constantemente com um grupo de trabalho composto por pessoas com diversas personalidades, inclusive algumas que não são compatíveis com a nossa, mas há que respeitar para ser respeitado, pois só assim iremos promover o bom funcionamento dentro da equipa. Por outro lado, e a meu ver, ser capitão deve ser considerado um motivo de orgulho dado que é um sinal de que o clube confia em nós e no nosso trabalho, por isso mesmo, é importante manter o foco, a postura e sermos nós próprios.

Foste chamado aos trabalhos das seleções de Coimbra. Qual o sentimento que fica representar o distrito?

Representar a seleção é um grande privilégio e é sempre algo especial, não só por estar a representar a nossa cidade, o que acarreta responsabilidades acrescidas, mas também porque nos possibilita partilhar a quadra com os melhores, pondo de parte qualquer rivalidade. Considero muito importante para o crescimento de qualquer atleta e, portanto, a satisfação quando se é chamado é enorme, é a demonstração de que o trabalho que estamos a desenvolver é muito positivo, ainda para mais, quando é algo que se torna repetitivo, o que nos dá ainda mais confiança e motivação para o futuro.

Qual foi o momento alto?

Nestes 4 anos em que tive a oportunidade de representar a seleção, é difícil de definir um ponto alto pois, num contexto destes, procuramos sempre usufruir ao máximo de todos os momentos ficando na memória muitos deles. Mas desses que guardo, pelo facto de ser um sinónimo de empenho, evolução constante e de objetivo cumprido, destaco o meu terceiro ano, em que todos unidos alcançamos o pleno de vitórias no torneio, e também, posteriormente, no ano a seguir, o momento em que tive o prazer de envergar a braçadeira de capitão e ter a honra de poder liderar uma equipa recheada de talentos.

Como tem sido conjugar futsal e estudos?

Felizmente, até aos dias de hoje, nunca tive grandes dificuldades em conciliar estudos e futsal pois sempre tive a noção que as duas coisas são importantes, a escola porque está diretamente relacionada com o nosso futuro e com aquilo que queremos dele, enquanto que o futsal  é o que mais gostamos de fazer, é a paixão que nos move e nos faz sentir felizes, por esse motivo, penso que não há razão para prescindir de uma delas por causa da outra, excetuando um caso pontual como é normal. Estou no 12.º ano - Curso de Ciências, e posso afirmar que o sucesso em ambas as áreas está muito dependente do saber ou não interligar estes dois aspetos essenciais na nossa vida.

Profissionalmente o que idealizas fazer?

Primeiro gostaria de entrar num curso relacionado com a área da saúde para depois, futuramente, exercer uma profissão dentro destes moldes. Incorporado neste setor, o que mais me chama a atenção é fisioterapia, que considero até como primeira opção, mas tenho a consciência de que às vezes as coisas não correm como queremos e, por isso, estou preparado para, eventualmente, ter de seguir outros caminhos.

Que objetivo queres cumprir no futsal?

Qualquer jogador de futsal, para além de querer praticar esta modalidade por muito tempo, tem como objetivo jogar ao mais alto nível e, quando digo isto, refiro-me a campeonatos como a Liga Placard. Eu, enquanto atleta, não fujo à regra e claramente gostava de chegar a esses patamares e poder enfrentar jogadores de enorme qualidade, seria uma experiência incrível e certamente iria aprender e evoluir ainda mais. Sei que, como tudo, não será fácil, mas acredito que com humildade, muito trabalho e gosto pelo que faço, poderei chegar onde pretendo. 

BI

Nome: Rafael Filipe Campos Natário

Data de nascimento: 01/01/2003

Idade: 18 anos.

Ano escolar: 12º Ano





quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Parabéns Portugal!

A Academia de Desportos de Condeixa felicita a Seleção Nacional que se sagrou Campeã da Europa há 3 anos, em Ljubljana, na Eslovénia. Aquela final contra a Espanha (vitória por 3-2), ficará para sempre na memória.



🇵🇹
10 fevereiro 2018 🇵🇹
🥳3 anos de campeões europeus 🥳
Parabéns Portugal!




sábado, 6 de fevereiro de 2021

Academia na imprensa



Diário de Coimbra (2 de Fevereiro) 

Diário de Coimbra (3 de Fevereiro)
- clique na imagem para ler o artigo online -

Diário As Beiras (4 de Fevereiro)
Diário As Beiras (5 de Fevereiro)

Diário de Coimbra (6 de Fevereiro)


terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

"Tornar a Academia numa referência a nível nacional, principalmente ao nível da formação"

 Como começou a sua ligação ao futsal?

A minha ligação ao futsal começa enquanto jogador por volta de 1991, ano em que comecei a participar nos torneios concelhios com os amigos de infância e, posteriormente, ao tornar-me federado. Joguei no Clube de Condeixa, na 3ª Divisão Nacional em 2001/2002, e depois no Clube Campizes, na Divisão de Honra em 2003/2004. Enquanto professor, estive ligado à modalidade através do Desporto Escolar em 1995/1996 e em 1999/2000. Finalmente, entro na carreira de treinador na temporada de 2004/2005, na qual iniciei um projeto incrível no CCR Bruscos.

Quais os pontos altos que realça nesse projecto do Bruscos?

Tantos. Estive ligado à criação da equipa sénior feminina (2004/2005), na qual começámos na 1ª Distrital AFC e subimos logo no primeiro ano à Divisão de Honra. Dois anos depois (2006/2007), deu-se o início da equipa sénior masculina. Subimos da 1ª Distrital à Divisão de Honra logo no primeiro ano e depois de nos dois anos seguintes lutarmos sempre pela subida ao Nacional, em 2009/2010 concretizou-se a ambicionada subida à 3ª Divisão Nacional através da conquista do título distrital. Ganhámos também a Taça AFC, fazendo a dobradinha. Foram seis anos fantásticos, de muito trabalho, confiança, perseverança, nos quais tive o privilégio de conhecer pessoas incríveis e no qual fui muito respeitado por direção e atletas. Aliás, muitas dessas pessoas são minhas amigas pessoais. 

Fale-nos um pouco do seu trajecto de treinador?

Já lá vão uns anos. São já 17. Estive 6 anos no CCR Bruscos, no qual alcançámos três subidas de divisão, um título distrital e uma Taça AFC. Estive ainda 8 anos na equipa universitária da Académica. Fomos duas vezes campeões nacionais e fomos três vezes vice-campeões nacionais. Neste período fui duas vezes nomeado para melhor treinador do ano nos Prémios FADU, fui eleito Treinador do Ano nos Prémios Salgado Zenha e disputámos cinco Campeonatos da Europa. Do meu percurso faz ainda parte um ano do CS Ribeira de Frades, na 3.ª Divisão, estive um ano na Académica como treinador-adjunto na Liga Sport Zone. Estou há seis anos nas seleções distritais de Coimbra, como treinador-adjunto e há três anos como formador dos cursos de treinadores da AF Coimbra e da AF Lisboa. Em 2011, estou no início do projecto da Academia de Futsal de Condeixa que este ano transitou para a Academia de Desportos de Condeixa.

Como referiu, esteve várias épocas ligado ao universitário. Uma experiência positiva?

Muito positiva, foi extraordinária, fantástica e que irei recordar para o resto da vida. Foram oito anos maravilhosos a estar de losango ao peito e a representar a grande e emblemática Académica. É uma experiência bem diferente do federado a todos os níveis, pelo número de treinos, o tipo de jogadores - idades, clubes, nacionalidades, divisões onde jogam -, grau de exigência do campeonato, desde as deslocações, estadias, conciliação dos treinos dos clubes/treinos do universitário, jogos dos clubes/jogos universitários. É uma tarefa muito complexa de gerir mas muito desafiante. Dá-me um orgulho enorme e sinto-me um privilegiado pelo facto de ter podido treinar/orientar jogadores que jogaram e jogaram ao mais alto nível do futsal nacional e que tão bem nos representam inclusive nas mais diferentes seleções nacionais.

Académica foi campeã nacional em 2008/09 e 2013/14

Como descreve a participação nos Campeonatos da Europa?

Indiscritível! É daquelas sensações que se vivem e por mais palavras que se procurem não é fácil de descrever. É viver dia e noite o futsal, é fazer uma vida de profissional naquele período, é passar os dias a preparar os jogos, ver jogos adversários, analisá-los até à exaustão e mostrar vídeos à nossa equipa, treinar, jogar e descansar. E assim sucessivamente até atingir a melhor classificação possível. É uma experiência fantástica. Jogar contra jogadores que são internacionais A pelos seus países e que os vimos posteriormente jogar por exemplo no Campeonato da Europa ou na UEFA Futsal Cup. E depois, para tornar as coisas ainda mais especiais, apareceram os resultados. Ficámos, das cincos participações que tivemos, quatro vezes nos oito melhores clubes da Europa. Das cincos participações - Montenegro, Finlândia, Holanda, Polónia e Croácia - recordo por dois motivos a participação de Montenegro: primeiro porque foi a primeira participação internacional e segundo porque fomos à meia-final e perdemos nos penáltis. Acabámos por ficar em 4º lugar e essa foi a nossa melhor classificação nos Europeus. 

No seu trajecto, qual o momento mais difícil?

Felizmente, no futsal, não tenho muitos momentos menos bons, mas dos dois ou três mais complicados destaco aquele que não teve um final feliz e foi a primeira vez que não consegui levar uma época/projeto até ao fim. Na época 2012/2013, no CS Ribeira de Frades, em que orientei a equipa de Setembro até meio de Fevereiro, mas devido a alguns problemas graves a nível pessoal, conjuntamente com alguns problemas internos - perda de alguns jogadores, muitas lesões e a não obtenção de resultados desportivos – ditou uma conjugação complicadíssima e não deu para continuar e penso que fiz o melhor para mim, para os meus jogadores e para o clube. Pedi à Direção para me deixar sair e depois de acordo mútuo foi isso que acabou por acontecer.

Seleções distritais de Coimbra

Que avaliação faz ao trabalho das seleções distritais nos últimos anos?

Até agora foram seis anos muito produtivos. Devo realçar o trabalho que temos feito, encabeçado pelo Tó Coelho e também com o Filipe Tenente, no qual temos formado uma boa equipa, tem-se evidenciado nos resultados obtidos e a nossa Associação, bem como a cidade de Coimbra têm ficado muito bem vistos em termos nacionais. Observámos muitos clubes e muitos atletas e no total já trabalhámos com cinco escalões diferentes: sub-20, sub-19, sub-17 - escalão no qual fomos vice-campeões nacionais -, sub-15 e sub-13. Temos jovens atletas muito bem formados e com um enorme potencial e prova disso são os resultados que vamos obtendo nos Torneios Inter-Associações e também nas chamadas regulares às seleções nacionais por parte de alguns deles. Com muita pena nossa, a época anterior não acabou da melhor forma, pois a seleção sub-15 não pôde competir uma vez que o TIA não se realizou devido à pandemia. Infelizmente, este ano também ainda não arrancou e penso que as três seleções que tínhamos em mente dificilmente irão entrar em ação. Vamos ter de aguardar para ver. 

É um dos treinadores fundadores da Academia. Em 2011, quando recebeu o convite, pensou ser possível este crescimento?

Bem, se me perguntassem há tantos anos atrás se era isto que eu desejava, eu diria que sim, mas se achava que era possível atingir este patamar, esta dimensão, esta referência em tão pouco tempo, aí eu diria que achava difícil. Sinto-me muito honrado em ser um dos treinadores/fundadores e revejo-me muito neste projeto. Mas continuo a exercer na área do treino/formação para outras entidades e felizmente isso sempre foi compatível e funcionou sem qualquer constrangimento. Agradeço imenso ao mentor deste grande projeto, o professor Arlindo Matos, o facto de me ter feito o convite e de me achar uma peça importante para o nascimento/desenvolvimento daquele que é o seu “filho” mais novo.

Academia de Futsal de Condeixa (6 de Novembro de 2011 em Casal Comba)
Nestes quase 10 anos, o que sobressai no projecto?

Tanta coisa boa. O número de atletas, o número de escalões, o número de equipas, a confiança dos pais, a formação pessoal/desportiva que se procura dia a dia, a credibilidade/competência das equipas técnicas e directivas, a organização da estrutura, a entreajuda global, a família, o feedback de outros jogadores, treinadores e clubes, enfim, tanta coisa positiva. Contudo, sem dúvida que aquilo que nos move, que move este projeto, que todos nós ambicionamos, é que os nossos atletas sejam felizes, cresçam de uma forma saudável e responsável e que tenham muito sucesso desportivo.

Academia foi campeã distrital de iniciados em 2017/2018 e 2019/2020

A última época foi interrompida de forma abrupta. Como sentiu a reação dos atletas?

Senti neles uma enorme tristeza, um enorme desagrado, uma enorme pena de não poderem continuar a fazer aquilo que tanto gostam, jogar/treinar futsal. Inicialmente, não reagiram bem, depois acreditaram que podia ser passageiro e depois veio a grande desilusão de não voltarem a treinar/competir nessa época desportiva. Fizemos de tudo o que estava ao nosso alcance para que não parassem por completo a prática desportiva e para que não se afastassem da nossa “família” em termos de interação diária. Continuámos em contacto com eles, treinávamos online, dávamos-lhes tarefas e desafios e frequentemente demos apoio ao nível emocional para que a vida continuasse de uma forma menos conturbada.

Taças de Encerramento de Infantis (2015/16 e 2016/17)
foram os primeiros troféus oficiais da Academia

Surgiu entretanto a nova Academia de Desportos de Condeixa. O que mudou?

Sinceramente, pouco. Mudou o nome do clube, mudou o emblema e pouco mais. Somos praticamente os mesmos, continuamos com as mesmas ideias e filosofias e seguimos o nosso caminho com os objetivos bem traçados e definidos. A novidade e mais valia, na minha opinião, é que toda a organização, logística e decisão que passava pelo professor Arlindo Matos e o sobrecarregava fortemente é agora distribuída por mais seis elementos diretivos que o libertam de algum desse peso e o apoiam/ajudam aos mais variados níveis.

Esta temporada, não arrancaram ainda as competições jovens. Como gerem as expectativas dos atletas?

Não está fácil, mas, como adultos e gestores/líderes de um processo, temos de fazer o nosso papel. Trabalhávamos desde o dia 1 de Setembro, com todas as regras e exigências e felizmente nunca fomos forçados a parar devido a casos positivos ao novo Covid-19. Íamos dialogando com os nossos atletas/equipas e íamos gerindo as suas ansiedades. Frisávamos que não sabíamos quando começaria o campeonato, mas que o mais importante era não contrairmos o vírus e estarmos preparados para quando o campeonato pudesse começar. No início foi mais fácil, mas a partir do meio de novembro a coisa começou a complicar. Os atletas começaram a ficar saturados de treinar sem competir e ainda por cima de treinar de forma condicionada. Aí sim, a dificuldade em os motivar começou a ser maior. No início de Janeiro, e depois de um pequeno abrandamento no ritmo dos treinos devido à época festiva de Natal e Fim de Ano, a motivação regressou e a possibilidade do início de campeonato voltou a ser um fator preponderante. Três semanas depois, estamos em novo confinamento e os treinos foram suspensos.

Ainda assim, a equipa feminina tem estado em bom plano na Taça de Portugal...

É verdade, já nos deram duas alegrias e estão de parabéns pela entrega e responsabilidade demonstradas nos dois jogos. Duas eliminatórias ultrapassadas, e bem ultrapassadas. Garantiu-se assim a passagem à 3ª eliminatória da Taça de Portugal. Já estávamos a preparar o jogo dessa mesma eliminatória, mas devido ao panorama pandémico nacional, este foi adiado. Foi especial ver o primeiro jogo oficial da Academia de Desportos de Condeixa.

João Oliveira orientou equipas dos petizes aos juvenis na Academia

Cumpridos todos os patamares de formação, é possível pensar na Academia na Divisão de Honra de seniores masculinos na próxima época?

Claro que sim. É um projeto construído de raiz e que começou nos "alicerces" e terminará no "telhado". Assim sendo, claro que a Academia terá de ter seniores masculinos na próxima época pois será o ano em que os nossos atletas, os sub-20 e os actuais juniores de 2.º ano, darão início ao escalão sénior. Sabíamos desde o dia 4 de julho de 2011 que, de dois em dois anos, teríamos de abrir um novo escalão. Pois bem, 2021/2022 será o ano de abrir o escalão sénior masculino e manter os nossos atletas junto de nós, eles que nos acompanham há tantos anos. Não faria qualquer sentido, formarmos atletas durante tantos anos e agora não lhes criarmos condições para poderem mostrar e pôr em prática toda a sua formação e habilidades.

O que têm idealizado para o projecto da Academia?

O que temos idealizado passa por tornar a Academia numa referência a nível nacional, principalmente ao nível da formação. Mas como é lógico, temos de nos preocupar em trabalhar bem e com qualidade e depois os resultados aparecerão naturalmente. Na minha opinião, já somos uma referência a nível distrital. Caminhamos agora para um patamar regional e a curto/médio prazo haveremos de chegar a patamares nacionais, como já aconteceu com os nossos iniciados na época 2017/2018 que disputaram a Taça Nacional e ficaram entre as 12 melhores equipas do país e iria também acontecer na anterior passada, 2019/2020, com os iniciados, não fosse o cancelamento de todas as provas. Queremos ficar para durar e ambicionamos que o nome da Academia seja reconhecido a nível nacional.

Qual o sonho que gostava de ver realizado na Academia?

Tenho tantos! Mas um daqueles que me faria muito feliz era termos uma equipa sénior masculina a jogar na Liga Placard e onde mais de 50% do plantel fosse composto por jogadores da nossa formação. Isso, como é óbvio, implicaria que os nossos escalões de formação também já jogassem a nível Nacional. Ou seja, era um “dois em um”. Se esse sonho não se vier a concretizar, ambiciono muito que os nossos atletas possam vir a jogar ao mais alto nível e em clubes de reconhecimento nacional.